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A mostrar mensagens de junho, 2018

Areal.

Não sou a Alice, mas estive do outro lado do espelho. Puxaste-me pela mão, mudaste a perspectiva. E eu fui. Contigo. Atravessámos corredores, salas e quartos. Galerias, escadarias e átrios; os passos no tecto a ecoar no chão. Música no calor da tua voz. O nosso sorriso a iluminar o caminho. Horas intermináveis perdidos e encontrados, abraçados a um paradoxo. Por ali se escrevem promessas que enchem os espaços de vida e de cor. E as paredes cheias de sinais da nossa passagem, amanhã. Mas sempre amanhã. O amanhã nunca chega, é sempre hoje. Espero hoje, e hoje também. A minha teimosia de nada adianta, agora é sempre hoje. E apercebo-me que os passos que ecoam hoje são apenas os meus. A maré do destino subiu, e desapareceste na onda. A mesma onda que invadiu o nosso castelo. Que lhe dissolveu as paredes e o espalhou na praia. Em grãos de areia que outras mãos poderão tornar em algo mais. Um dia, talvez. Mas hoje não. Por hoje o vento sopra um adeus. O sol beija o horizonte e pinta o o